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Agricultura integrada gera lucro

publicada em 27-10-2009

Fonte: Jornal do Commercio

» CULTIVO

Programa agroecológico sustentável permite a produção variada de alimentos num pequeno espaço de terra em locais como Ipubi, Araripina e Cabrobó

Beterraba, rúcula, batata doce, alface americana, cenoura, tomate, pimentão, galinha de capoeira e tilápia. Tudo cultivado e criado de maneira orgânica, ao mesmo tempo e em uma mesma área que, quando é considerada grande, não passa de dois hectares. Em diversas cidades pernambucanas os agricultores familiares fazem desse quadro improvável uma feliz e rentável realidade. Batizado no Estado de Programa Agroecológico Integrado Sustentável (Pais), o projeto tem mudado a vida de diversos pequenos produtores.

Essa forma de cultivo já é praticada por 90 agricultores de Ipubi, Araripina e Cabrobó, todas cidades do Sertão, e em Gameleira e Carpina, na Zona da Mata. Cada unidade rende algo em torno de R$ 320 por semana. “No final do mês, o agricultor consegue ter cerca de R$ 800 de lucro”, afirma o supervisor de extensão rural do IPA em Palmares, Artur Carneiro. Antes, o rendimento mensal deles, quando muito, não passava de um salário mínimo (R$ 465).

A origem do programa é paraibana. Lá é conhecido como Mandala, pois são formados vários círculos na área de plantio. Esses são irrigados por gotejamento. Pequenos canos percorrem toda a extensão plantada, pingando água aos poucos e de maneira contínua. Essa água é fornecida por uma caixa d’água colocada na frente do local. Dentro dela são criadas as tilápias. No centro fica um pequeno galinheiro. Os restos oriundos da alimentação das aves são misturados com o esterco e usados como fertilizantes.

Para evitar pragas, são plantadas hortelã, salsa e alecrim. O cheiro forte que essas plantas exalam ajuda a afugentar insetos. “São as chamadas plantas companheiras”, explica Carneiro. O Pais faz parte de uma filosofia de trabalho no campo que vai além das noções de agricultura orgânica. Visa a maior participação das mulheres, a erradicação de trabalho infantil e a venda correta da produção, entre outros preceitos.


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