É a tripanossomíase bovina causada por trypanosoma vivax. A doença foi registrada pela primeira vez, em Pernambuco, no rebanho do Engenho Lage, no município de Itambé, de propriedade do ex-presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores, Mário Borga. Ele teve cerca de quarenta vacas contaminadas e dessas duas morreram. A doença pode ser transmitida pela mosca conhecida como mutuca.
Os principais sintomas clínico-patológicos freqüentemente relatados na maioria dos surtos encontrados pelos pesquisadores relatam febre, anorexia, letargia, anemia, emaciação progressiva, queda brusca da produção leiteira, natimortos e repetição de cio. Também há sinais nervosos e lesões histológicas do sistema nervoso central que já foram descritos em bovinos infectados naturalmente no sertão da Paraíba.
Para a assessora técnica da Adagro – Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco – Késia Alcantara, o produtor de Itambé tomou a providência correta, ao comunicar o fato à agência. De acordo com ela, ainda não há registro de gado doente em outras propriedades e nem há motivo para alarme.
A primeira vez que a Tripanossomíase foi registrada no Brasil aconteceu em 1972, no estado do Pará. Recentemente, também tem sido reportada em várias regiões do pantanal mato-grossense. O animal acometido pela tripanossomíase pode ter comprometimento cardíaco, semelhante ao observado na cardiopatia chagásica humana, caracterizado por acentuado edema intersticial, miocardite mononuclear multifocal, degeneração e necrose de miofibrilas.
No passado, acreditou-se que a doença não era importante epidemiologicamente para os pequenos ruminantes. Mas já há estudos recentes que demonstram claramente que caprinos e ovinos se infectam naturalmente e podem exercer um papel considerável na disseminação da doença. Isso porque os ovinos e caprinos são muito sensíveis aos ataques do transmissor.
Fonte: Nordeste Rural