Alimentos desaceleram, mas continuam pressionando a inflação
publicada em
10-05-2010
Os alimentos continuaram pressionando a inflação em abril, respondendo no acumulado do ano por uma alta de 5,19%, o maior resultado registrado para um quadrimestre desde abril de 2003 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora tenha havido uma desaceleração no grupo de alimentos, de 1,45% para 0,35%, o recuo foi concentrado em um número pequeno de produtos. Para outros de peso na cesta básica das famílias, a alta foi expressiva. Foi esse o caso do feijão carioca, que variou de 10,46%, em março, para 43,13%, em abril, acumulando alta de 57,05% no ano. Os preços da batata inglesa passaram de 8,44% para 19,70%, e do feijão fradinho de 4,20% para 18,20%. 'A estimativa de safra para 2010 é recorde, mas não é só a quantidade que conta. A qualidade dos produtos também influencia os preços', destacou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Indices de Preços do IBGE. 'Analisando item por item, o que se observa é que os preços continuaram subindo. Esses resultados estão misturados. Há a questão de [aumento de] demanda, mas, neste ano, em particular, há problemas climáticos', concluiu. Contribuíram para a desaceleração dos alimentos entre março e abril o comportamento dos preços do tomate (de 42,95% para 9,01%), do leite pasteurizado (de 8,03% para 7,43%) e do açúcar refinado (de 6,32% para 0,73%). Há alguns meses, esses produtos vinham em alta por conta do período de entressafra e tiveram seus preços acomodados em abril. O mesmo vale para a cana-de-açúcar, que nesta fase de safra derrubou os preços da gasolina à qual é adicionado um volume de álcool e etanol. Para maio, a previsão é que o aumento de preços dos remédios continue pressionando o IPCA, assim como em abril, quando a variação dos medicamentos foi de 2,22%. Além desse item, vai influenciar no indicador uma série de ajustes de tarifas de energia elétrica. Fonte: Globo Rural
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