Essa é a época de colher a produção do milho plantado em meados de março. Este cereal, em uma versão verde, é mais consumido durante a época junina, com a preparação de comidas típicas, como canjicas e pamonhas. Além disso, também integra a cadeia produtiva da avicultura, a segunda mais importante de Pernambuco, ficando somente abaixo da cana-de-açúcar, no âmbito da agropecuária em Pernambuco. Além disto, o milho É um dos produtos mais cultivados na agricultura familiar brasileira, tanto para a subsistência quanto para a venda local. A produção de milho no Brasil, juntamente com a soja, contribui com cerca de 80% da produção de grãos no Brasil.
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O Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, vem desenvolvendo uma série de projetos voltados para o incentivo à produção de milho, desde a pesquisa de novas variedades até a capacitação dos agricultores em técnicas de produção e manejo e a distribuição de sementes de boa qualidade. Entre os principais programas do IPA na área de pesquisa para o milho estão à obtenção de cultivares de milho para uso comercial: produção de grãos, e três gêneros de milho verde, para forragem e doce, visando sobretudo o aumento potencial de produção e adaptabilidade aos diferentes ambientes agroecológicos de Pernambuco.
Neste âmbito, são implementados processos de seleção de cultivares de milho visando tolerância à seca e á acidez do solo, problemas estes ocorrentes nas diferentes regiões do estado. Os trabalhos de seleção de milho verde são conduzidos na Estação Experimental do IPA em Vitória de Santo Antão onde são realizadas as pesquisas de melhoramento genético. O milho verde juntamente com o feijão verde são considerados as “hortaliças” comercializadas em maior volume, na zona da mata de Pernambuco. Já o milho em grão visa notadamente abastecer principalmente o mercado avícola. Em Pernambuco são cultivados em média 300 mil hectares por ano, sendo a produtividade de cerca de 700 a 800 quilos por hectare, considerada muito baixa, Segundo o coordenador do Programa de Agricultura Familiar e Sócio-econômica, José Nildo Tabosa, a produção de milho em Pernambuco ainda é muito deficitária, atendendo a apenas uma quinta parte da demanda do mercado avícola.
Só a avicultura demanda anualmente cerca de 500 a 600 mil toneladas de milho. este fato representa importação do produto de outras regiões brasileiras e também do exterior. O pólo avícola pernambucano encontra-se no ranking brasileiro em 6º lugar na produção de frangos de corte e 5º na produção de ovos. neste âmbito evidencia-se que cerca de 70% da ração de aves utiliza milho como ingrediente. Para Jose Nildo Tabosa, uma solução para equilibrar a oferta e a demanda seria produzir também o sorgo granífero. ”O avicultor pernambucano é empreendedor, mesmo com as dificuldades relativas ao mercado, ele mantém-se nas primeiras posições no ranking nacional”. Em Pernambuco, as principais regiões produtoras de grãos são o Sertão Central e o Araripe.
Pesquisadores do IPA integram a equipe técnica do zoneamento de risco climático para a cultura do milho dentre outras culturas. Trata-se de um estudo que vem sendo feito junto com a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária - sara, a Embrapa e o Ministério de Agricultura e Recuaria e Abastecimento (MAPA), que busca informações que viabilizem propostas de desenvolvimento sustentável para o setor agropecuário, sendo um importante instrumento para o agricultor. Neste estudo, é levado em consideração quando, como, onde e o que plantar nas diferentes regiões fisiográficas de Pernambuco. É um direcionamento visando a formulação de um eficiente “calendário agrícola”. As tecnologias geradas são veiculadas tecnicamente através de atividades de assistência técnica rural (ater) para o agricultor familiar. Além destes aspectos, evidencia-se a promoção de cursos de capacitação, programas e direcionamentos sobre crédito rural, entre outras atividades.
Dentro do Programa de Distribuição de Sementes foi distribuído um total de 396,89 toneladas de sementes de milho em uma área de 10.500 hectares. Este programa, além de ofertar gratuitamente as sementes aos agricultores familiares, compreende também o acesso à assistência técnica. Durante os últimos anos, os técnicos da entidade vêm desenvolvendo variedades voltadas para agricultores familiares. Outra ação deste trabalho é a recomendação de cultivares de milho para cada área especifica.
O relatório contendo dados sobre a safra deste ano estará sendo divulgado através da SARA em até dois meses. Na safra do ano passado, foi relatada uma perda de 70% da safra devido a fatores climáticos.
MILHO – o milho é pertence à família gramínea (hoje Poaceae) do gênero Zea. O milho é cultivado em diversas regiões do mundo. O maior produtor mundial são os Estados Unidos. No Brasil, que também é um grande produtor e exportador, São Paulo e Paraná são os estados líderes na sua produção.
O uso industrial do milho não se restringe ao setor alimentíceo. É largamente utilizado na produção de óleos, entre outros. È empregado na elaboração de mais de 600 produtos, de forma direte ou indireta. Seu cultivo geralmente é mecanizado, se beneficiando muito de técnicas modernas de plantio e colheita. Para o agricultor familiar, existe a recomendação de sistemas de produção direcionados para esta atividade.
Para Tabosa, num país como o Brasil, com imensas áreas cultiváveis e com graves problemas de desnutrição, mais do que simplesmente uma questão comercial, o aumento do consumo de milho por parte da população é antes de tudo uma solução social. Ao lado da soja, a cultura de milho é uma das pontas-de-lança da recente expansão da atividade agrícola brasileira. O cultivo de milho é altamente beneficiado pela tecnologia e pelas inovações da pesquisa agrícola, sendo um dos principais casos de sucesso da chamada revolução verde. Frequentemente, produçao obtida, não é suficiente para atender as demandas do mercado interno, gerando problemas de abastecimento para a indústria nacional. No Brasil, na região Nordeste e em Pernambuco, de todo milho consumido, cerca de 70% é destinado a produção animal. segundo informações da avicultura estadual, em 2007, o consumo de milho no Brasil, região Nordeste e Pernambuco foi de 18.517.000, 1.957.000 e 556.000 toneladas, respectivamente.
