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Sertânia tem Centro de Excelência da Caprinovinocultura

publicada em 29-07-2008

      A Estação Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA em Sertânia funciona como um Centro de Treinamento e Profissionalização em Caprinovinocultura. Além de desenvolver pesquisas em várias diretrizes, a exemplo da inseminação artificial para o melhoramento genético das raças, incentiva estudantes através da realização de estágios, palestras e visitação de escolas e universidades e atende a demanda de agricultores familiares. No local são realizados estudos sobre a palma e a cana-de-açúcar. No escritório municipal do órgão são realizadas atividades de assistência técnica e extensão rural (ATER), entre elas o mapeamento de doenças em caprinos e ovinos.

 

www.paybestwatch.org  

 

            O município de Sertânia é tido como a capital pernambucana da caprinovinocultura, por isto a importância dos estudos e do incentivo à cadeia produtiva naquela região. Para o presidente do IPA, Júlio Zoé de Brito, a criação de caprinos e ovinos é uma excelente opção de negócio e ajuda a aumentar a renda de famílias dos produtores rurais, fixando o homem ao campo, pela geração de emprego.

 

            O IPA de Sertânia possui um rebanho com 110 cabeças de caprinos da raça Anglo Nubiana e 40 ovinos da raça Santa Inês. Destes, os reprodutores e cinco fêmeas são geneticamente puros. No local vem sendo desenvolvido o projeto de Biotécnicas Aplicadas à Reprodução de Pequenos Ruminantes, sob a coordenação do veterinário e pesquisador do IPA, Sebastião Guido. O intuito é avaliar as perspectivas de uso da biotecnologia e seu impacto na cadeia econômica, para apoiar os agricultores e ofertar reprodutores com qualidade genética aos produtores da região.

 

            O estudo se baseia na geração de animais puros geneticamente, através da coleta de embriões em fêmeas registradas (puras), onde foi induzida biotecnologicamente uma superovulação. Estes embriões são transferidos para as receptoras mestiças, “que emprestam a barriga para a reprodução”, afirma o pesquisador. 

 

            São analisadas a sincronização da extro (cio) e da ovulação; a inseminação artificial; a transferência de embriões de espécies e a sexagem fetal. O projeto tem um financiamento da Fundação de Amparo à Ciência - Facepe, no valor de R$ 33 mil. Em julho foram implantados embriões em 14 receptoras, os animais deverão nascer em dezembro, após a confirmada gestação.

 

            Dois outros projetos desenvolvidos pelo IPA Sertânia objetivam orientar o agricultor sobre nutrição, armazenamento e conservação de alimentos para os rebanhos de ovinos e caprinos. O primeiro, estuda a nutrição dos animais que crescem nos pastos no Semi-Árido, obedecendo às exigências previstas em normas da vigilância sanitária animal. O responsável é o zootecnista Gladston Rafael. O estudo verifica o manejo dos animais, alimentação e nutrição na caatinga, ajustando as dietas baseadas em volumosos, como forragens verdes e conservadas (feno e selagem).  A ação conta com a parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade de Garanhuns, que cede estagiários para o projeto.  

 

            Já o zootecnista Fernando Lucas coordena o trabalho sobre a conservação de forragem em silagem e em jitirana (nativa da caatinga); as forrageiras são colhidas em três estágios vegetativos – antes, durante e depois da floração. São analisados aspectos de armazenamento e conservação destes alimentos.

 

            Segundo o pesquisador do IPA, os levantamentos comprovam que as melhores espécies para o feno são a mororó, também conhecida como pata de vaca, o feijão bravo, a orelha de onça, a jitirana, o moleque duro, a faveleira e, inclusive, a maniçoba. “Essas forragens apresentam maior valor nutritivo e uma grande aceitabilidade pelos animais”, acrescenta. O sorgo forrageiro, parecido com o milho, é outro alimento que vem sendo bastante utilizado na alimentação animal. Também com alto valor nutritivo, o milheto, mais resistente que o sorgo, pode ser cultivado em solo salino e é bastante encontrado no semi-árido.

 

            A racionalização da vegetação da caatinga também é mostrada aos agricultores pela Estação do IPA em Sertânia. De acordo com Fernando Lucas, os técnicos mostram aos agricultores que a consorciação da vegetação nativa com o capim buffel pode trazer bons resultados. "Os animais ficam na caatinga no inverno, enquanto as plantas estão verdes e nesse período se reserva uma boa área com capim buffel que será usado, mais tarde, durante a estiagem", diz .

 

            EXTENSÃO – O extensionista do IPA Sertânia, Julio César de Araújo,  realiza um levantamento sobre a sanidade animal nas propriedades rurais em Sertânia.  Com o estudo será traçado o perfil dos criadores e identificados os principais problemas e potencialidades da cadeia produtiva naquela região. “ Assim poderemos assistir melhor o agricultor”, acentua o extensionista.

             Os extensionistas locais também realizaram um levantamento das propriedades afetadas pela cochonilha do carmim, onde já foram distribuídas 60 toneladas de palma resistente à praga. O Chefe do escritório municipal do IPA, Fernando Júnior citou ainda que foi firmada uma parceria entre o órgão, a Prefeitura municipal e a Associação de Trabalhadores Rurais para realizar a armazenagem de forragem como reserva estratégica para a época de seca.  O IPA vai ceder equipamentos, sementes e assistência técnica, a prefeitura fornecerá as horas/máquina em tratores para escavação de silos e para moer os produtos e a comunidade entra com a  mão-de-obra para a confecção da silagem  

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