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IPA pesquisa eucalipto como fonte energética em áreas degradadas

publicada em 20-11-2008

O eucalipto vem sendo usado como uma fonte de combustível natural (lenha), para atender à demanda pelo material, entre elas a do pólo gesseiro do Araripe, podendo substituir as espécies nativas que vêm sendo devastadas em Pernambuco, como a Mata Atlântica e a Caatinga.  

 

Duas Estações Experimentais do IPA desenvolvem pesquisa relativas ao tema : Itapirema (Goiana) e Araripina. Os estudos são para selecionar cultivares de Eucalyptus, identificando materiais com alto potencial de produtividade. Nas pesquisas são avaliadas características como a altura, taxa de sobrevivência da planta e o seu diâmetro. 

 

Na Estação Experimental de Itapirema foram plantadas três mil mudas de eucalipto em dois hectares, onde são selecionadas espécies que apresentarem maior adaptabilidade às condições agroclimáticas da região As plantas servirão para abastecer o Programa do Eucalipto, que visa implantar a cultura em 200 mil hectares da Zona da Mata antes ocupados pela cana-de-açúcar.

 

As mudas de eucaliptos foram produzidas em telados na própria estação experimental, oriundas de sementes com ampla diversidade genética, cedidas pela Embrapa.  Para o Supervisor da Estação, Manoel Américo, apesar de, ainda em fase embrionária, a pesquisa apresentou resultados que tem alimentado uma perspectiva de se obter, no final do trabalho, uma seleção de espécies de Eucalyptus aptas às características regionais.

 

Já na Estação Experimental de Araripina, estão sendo testadas cinco espécies de eucalipto, plantadas em 10 hectares, onde serão analisados o rendimento e a produtividade. José Tavares, supervisor da Estação, expressa a preocupação com a derrubada indiscriminada das árvores pelas calcinadoras, que tem na lenha a principal fonte de energia. “Estão devastando toda a região. Para cada tonelada de gesso é utilizado um metro cúbico de lenha”, acentua Tavares.

 

A partir da pesquisa está sendo avaliada a possibilidade de criação de um Programa de Desenvolvimento Florestal para a Chapada do Araripe. A idéia é suprir de energia a indústria do gesso e o consumo domiciliar e de outras indústrias como padarias/cerâmicas. O projeto conta com R$ 2,4 milhões do Ministério da Integração Nacional. Entre as ações previstas haverá a criação de um plano de manejo de floresta, criação de unidades de conservação; capacitação de agricultores para legalização das pequenas propriedades e indústrias gesseiras. O plano pretende fortalecer a cadeia produtiva e legalizar a produção do gesso.

 Segundo o engenheiro agrônomo João Luís Coutinho, a floresta de eucalipto é capaz de produzir até dez vezes mais lenha que uma área nativa. Cada hectare de eucalipto poderá produzir entre 35 e 45 metros cúbicos de lenha por ano. “Todos os calcinadores têm áreas grandes na Chapada. Se plantassem eucalipto não precisavam desmatar”.


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