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O aproveitamento do coquinho de ouricuri por agricultores nordestinos

publicada em 07-08-2009

  DA Redação do Nordeste Rural

O licuri ou ouricuri é uma palmeira tipicamente baiana que chega a alcançar 6 metros de altura. Em grandes áreas do semiárido do estado, inclusive nas caatingas secas e pedregosas, plantas da espécie dominam a paisagem na vegetação nativa. Nas roças, como a de seu Rosentino, é comum o consórcio dessa palmeira e culturas de subsistência: feijão, milho, mandioca e forrageiras.

 

“Antigamente” o tourbillon watches processamento caseiro da amêndoa do coquinho do licuri abastecia as famílias de tempero, sabão, óleo para alisar cabelo e cicatrizar cortes, revela o agricultor Rosentino Prudência dos Santos. Também, de muito tempo, se enfiam os coquinhos num cordão, à semelhança de um colar, para ser vendido em feiras livres.

 

A movimentação dos atravessadores pelos territórios baianos da região do Sisal, que abrange 20 municípios, e do Piemonte do Norte do Itapicuru, formado por 9 municípios, revelam que está sendo formado um mercado em torno de co-produtos da palmeira em escala comercial e até industrial, que organizações não governamentais e instituições públicas de pesquisa e desenvolvimento buscam estimular iniciativas e empreendimentos que gerem renda e emprego para um universo de agricultores como o seu Rosentino, que vive numa pequeno propriedade, no lugarejo chamado de Pilões, município de Jacobina, na Bahia.

 

Para valorizar a cultura, a Embrapa Semi-árido está desenvolvendo projetos de incentivo e controle da cultura. Entre eles o projeto “Estratégias de aproveitamento dos co-produtos do coco ouricuri na alimentação humana e animal”, coordenado pelo engenheiro agrônomo José Barbosa dos Anjos, pesquisador da Embrapa Semi-Árido. O trabalho já está em execução, e são avaliadas técnicas de pré-processamento para utilizar a palmeira na produção de alimentos, de óleo, de fonte energética, bebida, sabonetes, sabões, detergentes e picolés.

 

De acordo com José Barbosa, em cada parte da planta de ouricuri, há propriedades que podem ser transformadas em ingredientes comerciais capazes de gerar renda e postos de trabalho. Análises de laboratório, registraram a propriedade de quase 100% de saponificação por isso óleo extraído do coco de ouricuri tem destino certo as indústrias de saboaria. Neste caso o percentual de soda cáustica é bem menor no processamento de sabões, sabonetes e detergentes.

 

Outro co-produto do ouricuri é uma espécie de casca que envolve o coquinho. De consistência muito dura, esse resíduo é apontado pelo pesquisador da Embrapa como um combustível renovável, que pode ser incluído na matriz energética da região. Com baixo teor de enxofre, a adoção desse material, para alimentar fornos de cerâmicas ou fogões de residências, reduz a pressão pelo corte da vegetação nativa para produção de lenha, como também causa pouco impacto sobre o efeito ao meio ambiente, por se tratar de uma energia limpa e de fonte renovável. Segundo ele, mais ou menos 20 kg de carvão de ouricuri geram a mesma energia de um botijão de 13 kg de GLP (gás liquefeito de petróleo).

 


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