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Cresce produção de queijos de Pernambuco

publicada em 24-08-2009

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Publicado em 22.08.2009

Fonte: Jornal do Commercio

Estado já destina 40% da sua produção leiteira para fabricação de queijos e conquista o mercado com produtos exclusivos e de alta qualidade

Marina Falcão

mrfalcao@jc.com.br

Queijo do reino, prato, requeijão, camembert, coalho, gouda, morbier e até – quem diria – o reconhecidamente calórico queijo manteiga, agora em versão light. E toda essa variedade com etiqueta “made in Pernambuco”. Com 40% de toda a sua produção de leite – cerca de 1,8 milhão de litros por dia – destinados a fabricação de queijos, o Estado conquista o mercado local com produtos exclusivos e de alta qualidade. Ainda com dificuldades para arcar com os custos de adentrar nas grandes redes de supermercados, as empresas locais procuram estratégias para fidelizar clientes em mercadinhos, padarias, lanchonetes e na internet.

Segundo o bovinocultor Moshe Dayan, para um empresa local vender seus produtos em uma grande rede varejista precisa desembolsar, logo de início, cerca de R$ 15 mil, só para ocupar as prateleiras. “Para o pequeno empreendedor, que não tem ainda capacidade produtiva para atender o fluxo de clientes de um grande supermercado, esse investimento não compensa”, avalia.

Em loja modesta localizada em Gravatá, a marca Campo da Serra, de Venturosa, vende mais de 35 tipos de queijos. “A alternativa que encontramos para expandir rol de clientes foi fazer a entrega em domicílio”, explica gerente Osair Vilar. Os produtos podem ser solicitados através do site da empresa (www.queijoonline.com.br) ou pelo telefone 3325-4153 para qualquer área da Região Metropolitana do Recife. “Hoje chegamos a fazer 50 entregas por dia. O custo do transporte para o cliente é de R$ 3, pois não temos depósito na cidade. Os queijos saem direto da loja em Gravatá”.

“Já procurei grandes redes, mas percebi que os custos não compensavam no final. Hoje forneço para os pequenos, mas quero buscar novos campos”, conta Uziel Valério da Silva, único em Pernambuco a produzir o queijo manteiga light, que tem apenas 17% de gordura (o tradicional tem 37%).

Com forte presença na produção de queijo tipo B, Romildo Albuquerque, da marca Leite Nobre, de Venturosa, está no mercado há oito anos, e também fabrica manteiga de garrafa. Sua produção com derivados já atinge 12 mil toneladas de leite por mês. “Não é muito, mas se destaca pela qualidade”, avalia ele, que fornece 300 litros de garrafas de manteiga por mês para redes pequenas de supermercados. “Um dos nossos maiores sucessos é o queijo de coalho temperado, que já vem com orégano”.

A quantidade de empresas que fabricam derivados do leite experimenta franca expansão desde a criação da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro) de Pernambuco, em 2003. “A partir daquele ano, passamos a emitir certificação para que os produtores pudessem comercializar seus produtos. No setor de queijarias artesanais, o crescimento foi de mais de 100%. Falta agora a solicitação do Estado perante o governo federal para vender para fora de Pernambuco”, avalia o chefe de registro e cadastro da Adagro, Antônio Teles, que calcula existência de cerca de 90 empresas de laticínios no Estado, que fabricam mais de 400 tipos de produtos.

Diretamente vinculado ao aprimoramento da confecção local de queijo, está o crescimento de 132% na produção de leite bovino verificado nos últimos 10 anos. “Vários fatores contribuíram para esse quadro. Destaca-se o aumento das compras governamentais para os novos programas sociais e o aumento da renda per capita da população. Além disso, de 1999 para cá, Pernambuco não vivenciou nenhum forte período de estiagem, como ocorreu em décadas anteriores”, avalia Alexandre Alves, gerente de Agronegócio do Sebrae.

Alexandre salienta que apesar do bom momento, a produção leiteira no Estado ainda enfrenta desafios para continuar se expandindo. “A expectativa é boa, mas para a bovinocultura local pegar carona no desenvolvimento precisa, dentre outras coisas, aumentar a produtividade por vaca, que hoje é de apenas seis litros diários. O número é muito baixo”, conclui.

AGRINORDESTE

Encerrado ontem, o Show de Lácteos da 17ª edição da Agrinordeste contabilizou volume de negócios calculado em R$ 600 mil, sendo R$ 100 mil fechados no evento e o restante em encomendas. Coordenada pelo Sebrae, a feira teve como foco o leite e seus derivados, que ficaram expostos por três dias no Centro de Convenções de Pernambuco. Segundo o coordenador Moshe Dayan, a intenção é que a próxima edição do evento tenha também caráter comercial.

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