15 de abril de 2019

15 de Abril: Dia Nacional da Conservação de Solo

Por Antônio Raimundo 

Esta data foi criada com o intuito de desenvolver um pensamento crítico na população sobre a importância da correta utilização do solo, como um recurso natural para a produção de alimentos. É graças ao solo que temos alimentos nutritivos e água em nossa casa. Com as grandes construções e avanços da agricultura e pecuária, o solo acaba sendo prejudicado. A erosão e a causa principal de queda de produtividade dos solos, que pode avançar tanto e acabar com as fontes de nutrientes e minerais, que é irreversível. Um solo erodido prejudica não só a produção de matérias-primas e alimentos, mas acaba com os rios, lagos e reservatórios.

Por ouro lado, as principais práticas conservacionistas para garantir a qualidade do solo são: o plantio em curva de nível, o aumento da cobertura do solo, a rotação de culturas, os renques de vegetação permanente, a adubação verde e as práticas mecânicas de contenção das enxurradas.

A importância dos cuidados com o solo é fundamental, principalmente para manter a sustentabilidade ambiental e melhorar a produtividade das culturas. O contínuo esgotamento dos recursos naturais renováveis e a consequente queda de produtividade dos solos vêm preocupando, há muito tempo, tanto os países desenvolvidos como aqueles em fase de desenvolvimento.

O Planeta Terra está com febre, por isso é preciso muita determinação com o objetivo de tomar medidas urgentes para melhorar a ?saúde do solo no mundo, como forma de garantir que as gerações futuras tenham comida, água e energia suficientes. Sem solo não podemos sustentar a vida no planeta e onde há perda de solo não existe a possibilidade de renovação dentro de um período de vida humana.

Durante o 21o Congresso Mundial de Ciência do Solo realizado no Rio de Janeiro em agosto de 2018, foi referenciado que aproximadamente 40% dos solos do mundo sofrem degradação de nível moderado a alto, devido à erosão, diminuição de nutrientes, acidificação, urbanização e poluição química. Com o crescimento da população, que deve passar de nove bilhões de pessoas em 2050, haverá 60% de aumento na demanda por alimentos, o que irá afetar ainda mais os recursos da terra.  O Congresso também destacou que algumas partes da África e da América do Sul oferecem possibilidades de expansão agrícola. Neste sentido, políticas públicas e inovações tecnológicas com foco na agricultura de precisão devem priorizar o fortalecimento das comunidades na proteção dos recursos naturais.

No Semiárido do Nordeste do Brasil, aproximadamente 90% das lavouras são cultivadas no sentido do declive, isto é, morro abaixo. Isso facilita as perdas de terra e água, sobretudo no início das chuvas quando o solo está descoberto. Por isso, orienta-se sempre, que se faça o plantio em curva de nível associado a outras práticas de manejo em função das características do solo e do ambiente.

O uso adequado do solo para fins agrícolas requer muito mais do que extrair da terra alimentos, matérias-primas e excedentes para a comercialização. Trata-se de usar uma agricultura conservacionista desenvolvida para assegurar que os solos não sejam degradados pelas chuvas intensas, pelo uso inadequado e que as colheitas não sejam prejudicadas pelas estiagens prolongadas. Ou ainda, que a vida do solo não seja castigada pelo clima seco na entressafra.

Proteger o solo significa manter a sua capacidade de reproduzir a vida de forma sustentável e planejada ao longo dos anos, com aplicação de tecnologia e de um planejamento adequado de acordo com o potencial de uso da terra. Por isso, a adoção de um Plano Estratégico para o uso sustentável e a proteção do solo é uma ação, que deve ser incentivada. É imprescindível o compromisso do poder público e da sociedade civil em geral para apoiar este plano. Isso exige vontade política e investimentos para salvar nosso sistema de produção que depende dos preciosos recursos do solo.

Em síntese, há um novo paradigma na produção agrícola que leva em conta o meio ambiente. Esgotamento de solo é preocupação mundial, por isso, a proteção desse recurso natural significa manter a sua capacidade de reproduzir a vida de forma sustentável e planejada ao longo dos anos, com aplicação de tecnologia de acordo com a aptidão agrícola das terras focando os sistemas produtivos locais de cada região.

 

 

 

 

Fonte: Núcleo de Comunicação do IPA