06 de dezembro de 2021

Extensionista Rural: agente de transformação e desenvolvimento social

“Quando estão no campo, os extensionistas se tornam psicólogos, assistentes sociais, professores e tudo mais. Essa é a realidade. Muitas vezes nós chegamos na casa dos agricultores e não encontramos apenas os problemas agrícolas, mas também os problemas sociais.”

Com essa declaração, Dionízio Melo, extensionista rural do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA, órgão responsável pela pesquisa, assistência técnica e extensão rural no Estado de Pernambuco, confirma parte do que representa ser extensionista para os mais de 380 profissionais que atuam diariamente em praticamente todos os municípios pernambucanos.

Não é difícil encontrar pessoas que já ouviram falar sobre esses profissionais, mas que ainda se perguntam o que de fato faz um extensionista rural. Segundo a legislação federal, o trabalho do extensionista é um “serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais.”

De forma objetiva é uma atividade que integra profissionais de diferentes áreas, como assistentes sociais, economistas domésticos, médicos veterinários, zootecnistas, engenheiros agrônomos e agrícolas, entre outros, para atuar junto aos agricultores e agricultoras, principalmente os de base familiar, pequenos produtores e pescadores artesanais, na promoção do desenvolvimento rural sustentável.

De acordo com a Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) o Brasil tem aproximadamente de 20 mil extensionistas, atendendo mais de dois milhões de famílias rurais.

“Em sua rotina, o extensionista rural avalia qual o melhor método de trabalho, de acordo com os objetivos estratégicos traçados e a realidade local. Sem dúvida, nossos extensionistas são peças fundamentais para diminuir indicadores de desigualdade no campo,” afirma o presidente do IPA, Kaio Maniçoba.

Para o diretor de Extensão Rural do IPA, Beto Aciolly, a extensão rural vem passando por transformações que exigem novas habilidades, metodologias e aplicações de trabalho.

“Com a pandemia passamos a criar novas abordagens e formas de prestar assistência, observando todas as transformações tecnológicas. Neste período adequamos a assistência para o atendimento mais intenso através dos canais digitais, nos aplicativos de mensagem e também pelo telefone, até a gradativa retomada das atividades” explica.

As famílias agricultoras são o foco desses profissionais. Para o agricultor Severino Vieira Dantas, que vive e produz na zona rural de Araçoiaba, o trabalho dos extensionistas representa, sobretudo, transformação e mudança de vida para quem vive no campo. “Antes de Dionízio (extensionista) andar por aqui as coisas eram mais difíceis. Ele é o técnico que orienta nosso trabalho e faz tudo dar certo. Antes a lavoura não dava nada e agora mudou tudo para melhor,” comemora.

Dia do Extensionista Rural é comemorado nesta segunda-feira (06)

Nesta segunda-feira (6), é comemorado, em todo o País, o Dia do Extensionista Rural.  No Brasil, os primeiros registros da extensão rural são do ano de 1948. A data foi instituída pelo governo federal, há 71 anos, como forma de homenagear e reconhecer esse importante agente de desenvolvimento rural sustentável. Pernambuco conta, há 64 anos, com o serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) pública e estatal como instrumento de apoio ao desenvolvimento rural.

Para a prestação deste serviço, o IPA conta com uma Diretoria de Extensão Rural e um corpo técnico formado por profissionais que atuam no campo, proporcionando uma assistência técnica continuada e o acesso às políticas públicas.

A extensão rural contemporânea se depara com grandes desafios relacionados à produção de alimentos saudáveis, em contraponto ao grande consumo de agrotóxicos no País, às mudanças climáticas e a necessidade de introdução de novas tecnologias que gere renda, autonomia, e novas oportunidades de mercados para os agricultores e agricultoras familiares, o que implica em resultados positivos para o meio rural e urbano, uma vez que aproximadamente 70% dos alimentos consumidos são oriundos da agricultura familiar.

Fonte: Núcleo de Comunicação