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MAL-DE-SIGATOKA
Josué Francisco Silva Júnior, Rildo Sartori Barbosa Coelho, Roberto José Mello de Moura, Vanildo Alberto Leal Bezerra Cavalcanti e Sami Jorge Michereff

O QUE É O MAL-DE-SIGATOKA?

 É a doença mais importante da bananeira no Brasil, sendo também conhecida como sigatoka-amarela. É causada por um fungo chamado Mycosphaerella musicola ou Pseudocercospora musae.

 COMO IDENTIFICAR A DOENÇA NO BANANAL?

 A doença ocorre somente nas folhas da bananeira. Inicialmente, observam-se pontos descoloridos nas folhas mais novas, que aumentam formando pequenas listras amarelas. Com o tempo, as listras crescem e formam uma mancha maior. Nessa fase, pode-se notar, na parte central da mancha, uma coloração cinza com as bordas amarelas e a presença de pontuações pretas, que dão um formato de “olho”. Essas manchas se juntam e se espalham, causando a “queima” da folha.

 QUE TIPOS DE PREJUÍZOS CAUSA?

 Redução do número de palmas; do tamanho dos cachos e dos frutos; amadurecimento rápido dos frutos no campo; enfraquecimento do rizoma (batata que fica enterrada no solo), dificultando a saída dos filhos. Esses danos são responsáveis pela redução de mais de 50% da produção.

 QUAL A ÉPOCA DE MAIOR OCORRÊNCIA DA DOENÇA?

 Na época das chuvas,  principalmente quando ocorre uma elevação da temperatura e da umidade do ar. Porém, nas regiões produtoras da Mata e Agreste de Pernambuco, pode ocorrer também na época seca.

 COMO REALIZAR O SEU CONTROLE?

Para se obter sucesso no controle da sigatoka, deve-se realizar uma série de medidas, que incluem os tratos culturais adequados e o uso de produtos químicos. No entanto a forma mais barata de controle é a utilização de variedades resistentes, embora elas nem sempre tenham boa aceitação no mercado.

 QUAIS AS PRÁTICAS CULTURAIS RECOMENDADAS PARA REDUZIR A SUA INCIDÊNCIA?

  • Realizar adubações equilibradas, lembrando que plantas bem nutridas sofrem menos ataques de pragas e doenças;
  • combater o mato que compete com a bananeira;
  • dar preferência à irrigação localizada, como mini ou microaspersão e gotejamento. Quando não for possível, deve-se usar a aspersão sobcopa;
  • eliminar as folhas secas e as que estiverem totalmente atacadas pela doença, tendo-se o cuidado para que a retirada não cause mais prejuízos do que os provocados pela própria doença;
  • obedecer aos espaçamentos recomendados, para facilitar o manuseio do atomizador dentro do bananal;
  • não deixar as touceiras com um grande número de plantas, devendo-se conduzi-las no sistema mãe-filha-neta.

 QUAIS AS VARIEDADES MAIS RESISTENTES?

As bananas Pão ou Caixão e as do tipo Comprida, têm se mostrado resistentes. Existem algumas variedades e híbridos recentemente introduzidos no Brasil, mas ainda em teste, que são resistentes e/ou tolerantes à doença.

 QUAIS  AS VARIEDADES MAIS ATACADAS?

As bananas do tipo Cavendish (Nanica ou Anã ou Baé, Nanicão ou Anã do Alto, Salta do Cacho e Grande Naine); as do tipo Prata (Prata Comum, Prata Caiana, Pacovan e Prata Anã) e as do tipo Ouro (Cajá).

 QUAL A ÉPOCA CORRETA PARA SE INICIAR O CONTROLE QUÍMICO?

 O controle químico com fungicidas deve ser iniciado antes da chegada das chuvas na região, devendo-se prolongar por toda a estação chuvosa.

 QUAIS OS PRINCIPAIS FUNGICIDAS RECOMENDADOS?

Existem no mercado muitos fungicidas registrados para o controle da doença. Os mais utilizados nas regiões produtoras são o Propiconazole (nomes comerciais - Tilt e Juno); o Tebuconazole (nome comercial - Folicur 200 CE); o Bromuconazole (nome comercial -  Condor 200 CE); o Difenoconazole (nome comercial - Score); o Benomyl (nome comercial - Benlate 500);  o Triadimenol (nome comercial -  Bayfidan CE). Alguns produtos devem ser aplicados em mistura com óleo mineral. Nas áreas de baixa incidência, pode-se aplicar apenas o óleo mineral, na dosagem de 15L/ha. É importante, ainda, fazer um rodízio,  pelo menos  com dois fungicidas de princípios ativos diferentes.

 ‘QUAIS OS CUIDADOS NAS PULVERIZAÇÕES EM ÉPOCAS DE CHUVA E VENTO?

Deve-se evitar aplicações em dias de ventos fortes ou quando estiver chovendo. Se ocorrerem chuvas fortes após a pulverização, a aplicação deverá ser feita novamente. A eficiência só será assegurada se a chuva ocorrer pelo menos três horas após a pulverização.

 QUAL O MELHOR HORÁRIO PARA SE FAZER AS PULVERIZAÇÕES?

As pulverizações devem ser realizadas nas horas mais frescas do dia (no início da manhã ou no final da tarde). Nos dias nublados, podem ser feitas em qualquer hora.

 QUAL O TIPO DE PULVERIZAÇÃO MAIS EFICIENTE?

Tanto a pulverização aérea como a terrestre são eficientes. A sua escolha depende  do custo, da topografia do local e do produto a ser aplicado. A pulverização aérea é usada em grandes áreas e apresenta as vantagens de ser mais rápida e molhar  as folhas mais novas  com o produto. A pulverização terrestre deve ser usada em pequenas áreas ou onde o avião ou o helicóptero tem dificuldade devido  à topografia.

 QUAL O EQUIPAMENTO UTILIZADO NA APLICAÇÃO TERRESTRE?

 É o atomizador costal motorizado, que joga o fungicida  na folha como se fosse uma neblina, dando-lhe uma maior cobertura e proteção.

 DE QUANTO EM QUANTO TEMPO DEVE-SE REALIZAR A PULVERIZAÇÃO?

 Dependendo do produto que vai ser utilizado, pode-se pulverizar a cada 20 ou 30 dias, lembrando que o nível da doença também pode influenciar no intervalo de aplicação.

 PARA ONDE  DIRECIONAR A PULVERIZAÇÃO?

Como as aplicações terrestres são feitas com atomizadores, deve-se ter o cuidado de direcionar o produto, acima das folhas mais novas, já que a doença se inicia nelas. Deve-se lembrar que a pessoa responsável pela pulverização tem que estar protegida com Equipamento de Proteção Individual.

 EXISTEM OUTROS TIPOS DE SIGATOKA?

 Sim. Existe a sigatoka-negra, uma doença mais perigosa e de difícil controle, que vem ocorrendo nos bananais das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil.

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